Tenho linhas de expressões em meu rosto, fios brancos em meu cabelo, cicatrizes em meu corpo e minha alma. Meu corpo não tem a mesma forma de 20 anos atrás, meus pés estão cansados, minha coluna dói.
Às vezes, sem motivo nenhum, eu choro. Fico triste, me calo, e em silêncio espero... Outras vezes sorrio sozinha por alguma coisa que só eu sei...
Olho no espelho e ainda me vejo, gosto do que vejo...
Não busco perfeição em nada, nem nas formas, nem nas palavras, nem nos silêncios...
Gosto do meu sorriso, gosto do meu olhar, gosto dos meus pequenos defeitos. São parte de mim... São minha história, sou eu...
Gosto da minha preguiça e da minha animação, do meu agir e da minha inércia...
Gosto do meu jeito franco de me jogar quando gosto de alguém, gosto do meu jeito decidido de por ponto final no que tem acabar... Gosto de seguir em frente, sem olhar para o que ficou para trás... Gosto das minhas memórias e gosto do que está por vir...
Gosto de mim, gosto de fantasiar, de imaginar e de viver o real...
Não quero o perfeito nem o eterno... Quero o fulgás, o momento, a chama, a brasa... Isso é tudo o que há!
Quero o mutante, o que se renova, o que envelhece... Não quero a eterna juventude, me orgulho dos meus anos...
Olho no espelho e vejo um rosto maduro, um corpo ainda atraente um olhar renovado, um sorriso sempre pronto pra despontar e um coração que não desaprendeu a amar...
Sabe aqueles momentos em que você quer falar algumas coisas que não diria nem mesmo para o espelho? Pois é! Digitar é mais fácil!
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